Tree of Knowledge of Good and Evil [2011]
Science senses. Science non senses: “But from the Tree of Knowledge you shall only drink, inhale and inspire your spirit”.
Who showed you that you were naked?- the English anthropologists of the Victorian age, evolutionist and ethnocentric times, studied the magical and ritualistic phenomena of so called primitive societies as a means, deep down, of “proving” the biological and cultural superiority of the European. Everything is worthwhile when the soul is not a scheme (“Tudo vale a pena se a alma não é esquema”). The installation occupied a light pole on one bohemian underground corner of Rio de Janeiro, and consisted of:
Series of posters with excerpts from scientific contradictory statements on three substances used in everyday life of the average citizen of the metropolis: coffee, alcohol, and a medicinal herb. The textual collages contained excerpts from the Bible, messages posted in social networks, lyrics, news, texts on urban planning, anthropology etc.
Temporary objects attached to the pole: thermo bottle containing a mix of the three substances mentioned, support for plastic cups, and stickers for DIY cut-ups, shared with the spontaneous audience;
Objects around the intervention: three wood snakes made in China; a bucket with housemade white “milky” glue mixture; trash bin.
All objects were bought at SAHARA (Society of Friends of the Alfândega Street Adjacencies, Rio de Janeiro). All useful objects were donated to Plano B.
Exhibition
The installation was part of another edition of Galeria do Poste (Light Pole Gallery) / Contemporary Street Art Gallery **, which occupied one of the light poles on the sidewalk of the Francisco Muratori street, in the bohemian district of Lapa, Rio de Janeiro, and also Plano B’s façade *.
* Plano B – Lapa, an lp & cd store in Lapa, Rio de Janeiro. Being a non-profit free event, Plano B live sessions were able to bring a carefully selected showcase of what was happening in marginal art in Rio de Janeiro, gathering artists that otherwise would have little chance to perform for regular audiences.
Critical Text
“Criticar é Deus”, por Otto Kohlrausch, crítico independente [english] [português]
(texto crítico sobre “Diz estudo, dizes tudo, dizes nada: mas dessa árvore apenas bebereis, tragareis e ins-pirareis…”
Palavras conformando o sensível que, informando os sentidos, dissuadem- se em ortodoxia, reunindo à aparência perene, uma comunicação efêmera. Bulas onde se lê na sorte das pesquisas oficiais o resultado do realejo, a contradição científica como arte. Também “postados” na interface pública concreta, recortes dos fóruns sociais globais, mentiras sinceras e meias-verdades que também disputam um lugar no picadeiro do ciberespaço, esse mesmo, sem fundo e transcendental. O texto, a superfície de signos pintados, opacidade de uma linguagem precária, impressão em espécie de lambe-lambes colados em um poste de luz, no qual se instalou uma garrafa térmica contendo um líquido ignoto, um suporte de pequenos copos descartáveis e uma lixeira improvisada – leia-se sacola plástica.
Um convite ao empirismo, à sua tábula rasa. Sujeito político ou idiossincrático, tire suas próprias percepções. Em ínterim, recortes de palavras soltas em papel adesivo, abertas ao jogo da fabricação de significados, hipertexto perigoso que torna visível o indizível. Na tradução da Árvore do Conhecimento onde bem e mal estão inerentes, não há escape possível à condição vocabular na qual somos produzidos pela mesma linguagem que produzimos. Presumindo e assumindo, Moana Mayall faz do meio a mensagem, utilizando registros interpessoais de suas discussões nas redes sociais, a doxa que revela mais o próprio locutor que o assunto manipulado, exibindo a monotonia verbal do discurso, também própria das instituições formadoras de opinião.
Nessa ordem, o caractere/caráter, autônomo em sua densidade e pervertido na sua utilização, convence os já convencidos e converte apenas seus sacerdotes. A artista presentifica em seu trabalho a condição contemporânea da comunicação, o conjunto amorfo de indivíduos que se comunica sem sentido de comunidade, bem como a ética onde as palavras pesam mais que os conceitos e o assunto, infinito, apenas interface para reflexos.
De volta ao poste, estamos diante de espaços construídos por leituras divergentes, possíveis mundos opostos em cada bula, opinião, sentença, numa convivência heterogênea de ambientes discursivos. Saturados de convicções e carentes de dúvidas, absorvemos paralelos numa superfície harmônica aonde mais de um verbete “deus” jazem no mesmo balaio que “criticar”, “fácil”, “estrela” e “motoboy”, também encontrados na lata de lixo cut-up. Instaurar um mundo – seu? – com a linguagem, descobri- lo como uma experiência mística, seja o deus que quiser. Homem, fala de palavras umas para outras no seu projeto interpretativo, alheio ao discurso do mundo como palavra do Ser. Édipo já não decifra mais o enigma. Não há tempo, ele apenas responde à Esfinge: devora-me.
P.S. Enfim, a bebida tabu, alterando as consciências já entorpecidas, extrapola tentativas metafísicas adulteradas pelo fármaco. Curti.
“Criticism is God”, by Otto Kohlrausch, independent critic [english] [português]
– About ….
Words conforming the sensitive that, informing the senses, dissolve in orthodoxy, bringing together to the perennial appearance, an ephemeral communication. Bulls where one reads in the luck of the official investigations the result of the realejo, the scientific contradiction like art. Also “posted” in the concrete public interface, cuts from global social forums, sincere lies and half-truths that also vie for a place in the ring of cyberspace, that same, bottomless and transcendental. The text, the surface of painted signs, the opacity of a precarious language, the printing of lambe-licks in a light pole, in which a thermos bottle containing an unknown liquid, a holder of disposable cups and a bin improvised – read plastic bag.
An invitation to empiricism, to its clean slate. Political or idiosyncratic subject, draw your own perceptions. In the meantime, loose word cutouts on adhesive paper, open to the game of meaning making, dangerous hypertext that makes visible the unspeakable. In the translation of the Tree of Knowledge where good and evil are inherent, there is no possible escape from the vocabulary condition in which we are produced by the same language we produce. Presuming and assuming, Moana Mayall makes the middle of the message, using interpersonal records of her discussions in social networks, the doxa that reveals more the speaker itself than the manipulated subject, exhibiting the verbal monotony of the speech, also own of the institutions forming opinion.
In this order, the character / character, autonomous in its density and perverted in its use, convinces those already convinced and converts only its priests. The artist presents in her work the contemporary condition of communication, the amorphous set of individuals communicating with no sense of community, as well as ethics where words weigh more than concepts and subject, infinite, only interface for reflexes.
Back in the post, we are faced with spaces constructed by divergent readings, possible opposite worlds in each bull, opinion, sentence, in a heterogeneous coexistence of discursive environments. Saturated with convictions and without doubts, we absorb parallels on a harmonic surface where more than one “god” entry lies in the same balaio as “criticize”, “easy”, “star” and “motoboy” also found in the trash can cut- up. Establish a world – your? – with language, discover it as a mystical experience, whatever god you want. Man speaks words to each other in his interpretive project, oblivious to the discourse of the world as the word of Being. Oedipus no longer decipher the enigma. There is no time, he only responds to the Sphinx: devour me.
P.S. Finally, the taboo drink, altering already numbed consciences, extrapolates metaphysical attempts adulterated by the drug. Like.